A verdade: Há uma espécie de esforço coletivo entre as lolitas ocidentais para livrar o estilo lolita do estigma de sensualidade que o persegue graças à relação do nome da moda e do livro de Nabokov. As lolitas japonesas não passam exatamente por esse tipo de situação – lá a sexualização da imagem da lolita é em boa parte culpa de animes e mangás – mas é parte do estilo de vida que algumas adotam não querer crescer, e consequentemente manter o ar inocente de uma criança, e, portanto, tabu conectar lolita e sexo. (Vale lembrar que a grafia japonesa para lolita como estilo de moda é roriita, e para o livro, rorita) Mesmo erololitas não usam de apelo sexual, sendo apenas um pouco menos modestas que as lolitas de outros subgêneros.
2 – Mana criou o estilo lolita.
A verdade: A importância de Mana para a moda lolita como um todo é freqüentemente exagerada. Lolita como conhecemos começou a tomar forma nos anos 70, graças talvez à marca PINK HOUSE - e grifes muito importantes para definir o estilo como a MILK são dessa época (A MILK foi fundada em 1970, e fez várias coleções ‘lolita’ na década de 70, com inspiração na cute culture/’movimento kawaii’.) A revista Rococó fez uma lista das datas em que várias marcas lolita foram inauguradas, e mesmo levando em conta que o estilo mudou muito desde o início, essas datas provam que Mana dificilmente pode ter tido qualquer coisa a ver com a ‘invenção’ da moda Lolita.
Datas de fundação de várias grifes:
MILK: 1970
Angelic Pretty: 1979
Heart E: 1987
Algonquins: 1987
BABY, THE STARS SHINE BRIGHT: 1988
Putumayo: 1990
Metamorphose Temps de Fille: 1993
Miho Matsuda: 1996
MARBLE: 1996
VISIBLE: 1997
Peace Now: 1997
Moi-même-Moite: 1999
Victorian Maiden: 1999
h.NAOTO: 2000
Baby Doll: 2001
MAXICIMAM: 2001
Fairy Wish: 2003
3 – Mana criou o estilo gothic lolita.
A verdade: Algumas fontes citam que Mana disse em uma entrevista que descobriu o termo gothic lolita quando um repórter o usou para definir sua roupa de Bara no Seidou (do ano 2000). O fato é que o subestilo gosurori da moda lolita já havia surgido nas ruas japonesas na primeira metade dos anos 90. Existem várias especulações a respeito de como teria se dado a origem do gothic lolita - talvez o estilo houvesse sido influenciado por outras bandas de visual kei com membros com roupas inspiradas em lolita, como Missalina Rei (a banda começou em 1998) e seu Arisu Gawa Arisu, ou Lareine e seu baixista Emiru; ou talvez inspirado em designs de mangás como KISS XXXX, que virou anime em 1991; ou quem sabe até inspirado pela dupla Switchblade Symphony, extremamente popular no Japão na década de 90 e que influenciou artistas como Dada, do Pride of Mind e Velvet Eden. Creio qeu nunca saberemos ao certo.
A influência de Mana no gothic lolita foi bastante sentida, no entanto, com a criação de sua grife Moi-même-Moitié e suas linhas EGL/EGA, e ocasionou o gosurori boom de 1999 - 2001.
4 – EGL/EGA significa o mesmo que gothic lolita.
A verdade: EGL e EGA são apenas os nome das linhas de roupa da brand criada por Mana, e não estilos ou subestilos lolita – e muito menos sinônimos para gothic lolita como muitas vezes se usa.
5 – Gothic lolita é sinônimo de moda lolita.
A verdade: Gothic lolita é um subgênero da moda lolita original, que abrange todos os outros subtipos como sweet, classical e punk lolita.
6 – Aristocrat/Dandy/Ouji é parte do estilo lolita.
A verdade: Os três são independentes de lolita, embora muitas vezes se faça a conexão entre esses estilos e lolita. Eles não se originaram a partir da moda lolita, nem tiveram necessariamente muitas influências em comum (nota: os visuais ouji mais femininos, no entanto, são por vezes conhecidos como "ouji lolita") Na Moi-même, no entanto, a visão pessoal do Mana sobre aristocrat muitas vezes se confunde com sua visão de gothic lolita.
7 – Lolita/EGL/EGA é estilo de música.
A verdade: Lolita é um estilo de roupa e, para alguns, um estilo de vida, e nada mais.
8 – Lolita é parte do movimento* visual kei.
A verdade: Não é porque alguns músicos de visual kei se vestem de lolita no palco, fazem photoshoots para a Gothic & Lolita Bible e propaganda para algumas brands que lolita passa a ser parte do movimento.
9 – Toda lolita gosta de visual kei.
A verdade: Nem toda lolita gosta de visual kei, nem toda banda de visual kei vê com bons olhos suas fãs lolitas (vejam o exemplo dado por Dir en grey!) e há particular atrito entre lolitas fãs de visual kei – bandgirls - e outros fãs de visual kei... e outras lolitas. Dizem que lolitas que não são ligadas ao movimento visual kei geralmente não gostam de bandgirls e acham que elas se vestem de lolita somente para se encaixar com outras fãs e não porque elas simplesmente gostam.
10 – Gothic lolita = lolitas góticas.
A verdade: O termo foi criado no Japão para definir algo específico, e não simplesmente como a junção de uma ninfeta com a moda gótica. Você pode ter vários elementos de ninfeta e da moda gótica em seu visual e não ter nada em comum com uma gothic lolita.
Além do mais, o termo é usado em inglês, sempre. Se ele é um nome próprio que surgiu em inglês num país em que inglês não é a primeira língua, o termo não deve ser traduzido.
* Para fins deste artigo, em que visual kei aparece somente para desmistificar certas inverdades e explicar certos conceitos fundamentalmente lolita, usaremos o termo ‘movimento visual kei’. Não cabe discutir aqui se visual kei é um movimento, um estilo musical ou qualquer outra possibilidade.
Nota: Este artigo usa de várias fontes e referências; várias podem ser encontradas na seção de links, outras são fruto de imensas discussões com pessoas que moraram no Japão em fóruns e a maioria é simplesmente citada de memória.
[ESTES TEXTOS FORAM ESCRITOS EM 2006, E PODEM NÃO REFLETIR MAIS A OPINIÃO DE SEUS AUTORES.]
Fonte: Queen Victoria's Dolls

Na verdade eles não são uma opinião, são como o estilo funciona. Logo, sendo de 2006 ou whatever a data, continuam a mesma coisa.
ResponderExcluirPS: Tanto a comunidade brazilianlolita do livejournal quanto o queen's victorias dolls são das mesmas donas, as garotas da comunidade Gothic lolita, do orkut.
Kyra ali em cima e aqui.
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